segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Olá!

Depois de anos de resistência resolvi criar meu blog. Sempre gostei de escrever, por isso me formei jornalista, e hoje, embora não atue na área sinto necessidade de me expressar. Mais do que me libertar do vício nos joguinhos do facebook decidi fazer incentivado pelo meu irmão, que tem um muito legal onde aborda assuntos culturais e políticos. Aqui pretendo escrever sobre minhas experiências do passado e presente e compartilhar com quem se interesse pelos mesmos assuntos que eu. Vou tentar também me adequar às novas regras da gramática, mas não garanto sucesso de primeira.

Em 2005 concluí minha faculdade de jornalismo, depois de um ano a mais cursando minhas dependências. Uma coisa que marcou muito pra mim foi quando, lá pelo segundo ou terceiro ano do curso, surgiu a notícia da não obrigatoriedade do diploma de jornalista. Naquele momento eu já vivia do dinheiro que tirava tocando com a Versos, do qual me mantenho até hoje e com muito orgulho, por que é bem difícil. Contudo é fácil imaginar a reação dos meus colegas. Revolta geral, afinal o que estávamos fazendo ali então? Eu pensava ainda em conciliar as duas profissões, algo que seria muito mais difícil hoje devido ao tempo que a banda me toma. É indiscutível que o curso me ensinou coisas bem específicas que outros profissionais não dominam, mas daquele momento em diante, e acredito eu, pelo o que vejo, que até hoje os jornalistas perdem boa parte do mercado de trabalho.

Lembro que no meio de tudo isso ainda existia a proibição do estágio para os estudantes da área. Parece que a alegação dos órgãos responsáveis tinha a ver com a responsabilidade do jornalista ao exercer sua profissão. Isso parece ainda mais absurdo do que a não obrigatoriedade do diploma. Bom, se um futuro médico fazendo residência tem em suas mãos responsabilidades que envolvem vida e morte por que o jornalista não pode fazer seu trabalho, ainda mais como estagiário, onde não vai exercer plenamente todas as tarefas designadas a sua profissão e ainda o que fizer vai fazer sobre grossa supervisão? Pelas minhas últimas pesquisas o estágio ainda é proibido, lei que nunca foi e ainda não é respeitada, ainda bem.

O que sei é que hoje existem dois registros de jornalista, o formado e o jornalista precário, que pode exercer livremente a profissão. Como músico tenho uma carteira emitida pela OMB (Ordem dos Músicos do Brasil), onde sou licenciado como “músico prático”, devido à ausência de formação acadêmica. Contudo creio ser diferente. Sou contra a não obrigatoriedade, não por ser formado, até mesmo por que não trabalho na área, acredito que um jornalista entrevistando um economista tem mais capacidade de fazer algo bom do que o próprio economista escrevendo. Isso por que aprendemos os diversos tipos de linguagem, o modo como devemos passas as informações, qual conteúdo realmente interessa, e mais do que isso, o jornalista sabe ser imparcial. Claro que estou me referindo a bons profissionais.

Existem áreas em veículos impressos, TV ou rádio dedicadas a outros profissionais. Penso que em alguns momentos isso seja bom, mas não acho que os jornalistas devem perder seu espaço, por que assim como outros, ele estuda e tem propriedade pra fazer o que faz. Talvez a solução seja fazer com que outros profissionais acumulem aos seus currículos o curso de jornalismo, embora pareça absurda a idéia, valorizaria justamente a profissão.

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